quarta-feira, 23 de abril de 2008

Eu sabia! droga eu sempre soube¹




"Ó será que existe perdão para esse crime? mas isso não é crime é abominação"


Como eu pude? não entendo, nunca irei entender, tamanha estupidez, será que quanto mais os fatos são explicitos, mais eu fecho os olhos para eles. Será que o pressentimento pode ter alguma relação com a lei da atração pregada muito hoje em dia, não sei, mas ao ver o relogio marcar a meia noite, isso ja não importa mais, nada mais importa, a insatisfação o egoismo e a hipocrisia toma conta de um ser, que não é capaz de abrir os olhos, mas, por que eu me sinto enganado? tudo estava ali, sempre esteve, eu inocentemente fechei os olhos, pior do que isso não os fechei, eles estavam abertos o tempo todo, mas inconcientemente não encherguei, eu vi mas não encherguei, a correspondencia foi aberta com a maior naturalidade, mas o golpe, o solavanco que tomei no interior do peito, foi o pior golpe ja tomado, mas, droga eu não sou a vitima, eu ja sabia, eu ja sabia, o sorriso ironico e macabro que me vem aos labios, são prova viva disso, um sorriso para um sofrimento quase que indiscritivel, o nome conhecido, aquela imagem, ali bem nas minhas mãos diante dos meus olhos, esfreguei os olhos, uma, duas vezes, mas a imagem vai se tornando mais clara, imóvel, permaneço imóvel, como a vitima de uma animal faminto e feroz, que espera pacientemente coberto de terror, a iminente hora do findar, mas, droga eu não sou vitima, eu sabia! eu ja sabia!, ao olhar mais uma vez, caio de joelhos, lagrimas descem pelo meu rosto, e sinto que por dentro do meu peito, dedos negros, e gelidos, vão apalpando meu coração, tentando encontrar o melhor angulo para retira-lo dali, despenco com as mão no chão, e ao enchergo meu reflexo no chão e as lagrimas a umidecelas, Fernando, quão hipocrita, e egoista voce pode ser, passo a mão pelos cabelos, descabelando-se, em um acesso de panico, me lembro agora de um texto ao qual ja mencionei aqui, quanto terror a mente humana pode suportar? quantos infortunios? será que causamos o infortunio em um desejo macabro e auto destrutivo, no intuito de testar essa capacidade, somente por capricho, provavelmente, pois só assim eu consigo tirar um pouco dessa culpa, mesmo ali, desabado no chão com aquela imagem, droga, como pode ser? quando eu vou entender? coisa que qualquer criança, ja sabe, nasce sabendo, eu tenho tanta dificuldade para compreender, meu coração trava uma batalha ferrenha contra a minha conciencia, busquei no sexo o refugio do qual, ja não me serve mais, busquei naquele beijo, o encanto que ja não se encontra mais, mas, eu sabia! eu ja sabia!, a imagem que vi, o rosto que la estava, sempre esteve la, por que de uma hora para outra? eu estou vivendo um pesadelo? doce sonho seria...pois eu poderia acordar e tudo terminaria, me agarrei aquela imagem, colocando ela bem diante do meus olhos, a vista ja turva, esfregando os olhos na imagem, pra que? diabos, por que? agarrei o telefone e disquei os numeros inconsequentemente, uma voz grossa e gelida ouvi do outro lado, murmurei palavras ao telefone, e o voz respondeu em um tom sombrio, o que eu ja sabia, droga eu ja sabia! eu sempre soube!, tomado por uma sensação, totalmente inconsequente uma a mais uma a menos, não importa mais, fato é que tenho a sensação de que fui dominado por um ser inconciente por varios meses, e que de uma hora para outra me traz a tona, para como um ladrão, um vilão, um cacheiro viajante, todos os infortunios causados a terceiros, para que eu em sã conciencia resolva-os....mas droga eu não sou vitima, eu sabia!, eu sempre soube, fui omisso, e compactuei com tudo isso, agora sofro as duras penas, coloquei lentamente o fone no gancho, permaneci sentado no chão, o sol se pondo pela janela do quarto, me senti personagem, de todos aqueles livros lidos por mim, sendo vitimas do quadro que tanto estudei na faculdade, tendo a sensação de que estou sendo o personagem, o ator em uma peça macabra de um teatro de horrores, ainda no chão, as lagrimas ja molhando toda a camisa com os botões ja abertos, coloco as mãos nos olhos, e mergulhado em uma escuridão profunda, imensa, com o tempo totalmente parado, ou andando a uma velocidade insuperavel, não sei...permaneço em tranze por minutos, mas mesmo na escuridão uma luz vem ao fundo, e se aproximando cada vez mais de mim, aquela imagem, abro os olhos, balanço a cabeça forte como se querendo tirar tudo dali, mas eu não posso, nunca poderei, a causa é minha, a luta é minha, não mate mais do que pode comer!!! ah Fernando, ah Fernando, você não é uma criança, é um homem, entenda, ninguém ira te ajudar, é hora de assumir, o que você procurou, o que você quiz, e o que você ja sabia, me levantei, como se estivesse embriagado, a noite ja tomando conta, de tudo, alguém chegou até mim e me disse algo, mas eu não pude ouvir, me passaram novamente o telefone, a voz dela veio ao fundo, mas me pareceu sussurros, mechi os labios, mas não ouvi som, por isso desliguei o telefone, minha irmã veio até mim, me olhou, com um olhar estranho, apenas olhou não disse nada, olhei a imagem mais uma vez, e de novo o inconsequente me prega uma peça, caminho de um lado para o outro, o quarto cada vez mais escuro, começo a barganhar com a sensação a qual não permite tal ação, não se permite negociar, não se permite trégua, mas, droga eu ja sabia! eu ja sabia. Caminhando de um lado para outro, uma sombra a me perseguir, a rir de mim, de assistir de camarote a uma cena tipica de um filme de terror, e de comedia, de um ser que quiz abraçar o que não podia, o que não deveria, a imagem dizia tudo, mas por que? por que agora? afinal eu ja sabia, eu sempre soube, droga Fernando, droga!, cansado do circo montado, uma ultima alternativa, para consumar, adiar o inadiavel, tomei as chaves do carro, tremendo sem ao menos poder encaixar a chave na massaneta da porta, respirei fundo, pude sentir meus dentes rangendo, e meu coração a pulsar pelo pescoço e como agora não ter controle sobre minhas pernas que tremiam com tamanha intensidade, como se eu estivesse nú em plena Antartida, entrei no carro, por um segundo pensei, desista, essa guerra não terá vencedores, até por que você foi abatido, por uma punhalada certeira, e fulminante, mas eu não pude, deveria, mas de novo comportei de forma irresponsavel, inconsequente, egoista, mesquinha, hipocrita, e autoritaria, escostei a cabeça no volante, apertei aquela mão negra de dedos finos, e gelidos, ja abraçava meu coração com as mãos, como se meu coração inteiro ocupasse somente um terço de sua mão, olhei o espelho do carro e vi meus olhos refletidos no espelho, e o que eu vi? simplesmente o terror, o horror, só isso era a unica coisa que refletia de dentro dos meus olhos, pensei em esitar por um momento, em sair daquele carro e me arrastar no chão, para ver se o chão aspero me tirasse tudo isso, como uma licha em uma parede defeituosa, mas eu não poderia, deveria pois acredito seria a unica atitude mais correta e mais certa no dia de hoje, um dia para ser esquecido, mas que estava somente no inicio, dei a partida no carro e saí acelerado...pensei que resoveria...ah Fernando...ah Fernando...ledo engano...foi aí que tudo começou......


Musica - Abismo - Jay Vaquer
Rodada - Boca Junior 3 x 0 Maracaibo

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