terça-feira, 22 de abril de 2008

A Dor e o Mal




Ja um pouco repititvo esse assunto mas isso pouco importa no momento, fatos, são fatos, duvida, são duvidas; e então volto a me questionar. Mas, se o mundo é vontade, deve ser um mundo de sofrimentos?

Em princípio, porque a própria vontade indica necessidade, e o que ela pretende agarrar é sempre maior do que sua capacidade. Para cada deseja satisfeito, restam dez que são negados. O desejo é infinito, a realização é limitada.

É como as esmolas dadas a um mendigo, que o mantém vivo hoje para que sua miséria seja prolongada amanhã. Cético porém fato.

Enquanto a consciência estiver tomada pela vontade, enquanto me entrego à multidão de desejos com suas constantes esperanças e temores, enquanto estiver sujeito a ter vontade, nunca poderei ter felicidade ou paz duradoura.
E a realização nunca satisfaz; nada é tão fatal para um ideal do que a sua realização. Embora como eu disse antes, uma realização sempre depois de realizada da lugar a outra obsessão outra meta, a ser atingida.

A paixão satisfeita leva com mais frequência à infelicidade do que à felicidade. Porque minhas exigências muitas vezes conflitam tanto com bem-estar pessoal que acaba por me prejudicar.
Tenho claro pra mim que todo individuo traz dentro de si uma contradição disruptiva; o desejo realizado cria um novo desejo, e assim por diante, eternamente.....

No fundo, isso resulta do fato de que a vontade tem de viver dela própria, porque nada existe além dela, e ela é uma vontade faminta.

Pois cada um tem a medida do sofrimento que lhe é essencial foi determinada, de uma vez por todas, pela natureza; uma medida que não pode ficar vazia nem ser cheia em excesso.

Se uma grande e premente preocupação nos é tirada do peito, imediatamente é substituída por outra, cuja matéria-prima por assim dizer já se encontrava lá mas não podia ser percebida pela consciência como preocupação porque não havia lugar para ela. Mas agora que há espaço ela vem ocupar o trono...

Enfim, tudo isso embora escrito, como uma linguagem fraca eu admito, afinal de contas sou só um amador, um bebado, que escreve, ao invés de se arrastar por aí, mas que os fatos abordados agora me parecem tão claros, e limpidos.

Cetico de minha parte? Talvez, mas digo isso sem dor no coração e sem tom de lamuria, a vida é má porque a dor é o seu estimulo e a sua realidade fundamentais, sendo o prazer meramente uma cessação da dor. O homem sabio procura não o prazer, mas a liberdade em relação à preocupação e à dor.

Me lembro de uma frase muito interessante que ouvi a mais ou menos seis anos atras.


"A dor é algo que o homem deve suportar em seu coração. Mas como o coração sente a dor muito facil, alguns homens acabam achando que a vida é a dor"

Livro - Os Demônios de Loudun - Aldous Huxley
Musica - Still Loving You - Scorpions
Rodada - Guaratingueta 0 x 2 Ponte Preta

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