segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Psicologia de um vencido...

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de cardíaco.

Já o verme - este operário das ruinas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorganica da terra!

domingo, 19 de outubro de 2008

Uma breve história de três casamento..[Primeira Parte]

Párafase


Tudo começa quando três casais, cada um de sua maneira atravessam por inúmeras situações que porém os individuos a conspirarem ou lutarem a favor da idéia do casamento.

Trata, de forma sátira e as vezes trágica, o comportamento humano dentro da relação conjugal. Dos porquês dos muitos conflitos e dores causados pelas vítimas desta idéia visionaria que prega a certeza de uma vida à dois feliz.

Deixa, logo de início, o leitor ciente de que todas as pessoas que se envolverem com o casamento são vitimas e não culpadas das atrocidades causadas por elas, umas contra as outras. Mas não prega, apesar de tudo, o rompimento de todas as formas de relações conjugais. Busca, nas filosofias orientais, meios para se viver uma relação á dois sem os habituais arranhões que tanto ferem e fazem sangrar os indivíduos para o resto de suas vidas.

Sem perder o fio condutor, a história avança por caminhos nebulosos do comportamento humano, descortinando segredos sobre como se viver bem com apenas o entender e aceitas as pessoas, todas as pessoas como elas são e não como se gostaria que fossem. Eleva-se, de forma que assim se possa construir uma relação sólida e duradoura além de boa para que o homem e a mulher possam juntos, viver e criar seus filhos e com eles aprender e ensinar a olhar para si antes de formular as tão destrutivas críticas, perdição para quase cem por cento de todas as relações. Por esta razão haverão leitores que dirão que esta obra não passa de mais um livro de "auto-ajuda". Mas não , não se deve prender-se a esta falsa idéia. Talvez o desespero do autor em se auto descobrir, acabou sim, por escrever sua própria biografia?

Porém isto não passa de uma hipótese. Será preciso não se estar preso a valores, desvincular-se dos paradigmas atuais e regras que conduzem à obscuridade, nunca à verdade sobre as causas que nos conduzem aos martírios e frustrações dos nossos sonhos que se perdem no momento que resolvemos nos unir à pessoa amada. "O QUE ONTEM ERA AMOR, HOJE VAI SE TORNANDO OUTRO SENTIMENTO" e as indagações, sempre as mesmas: Porque se trai a pessoa amada com outras pessoas, muitas vezes estranhas e até mesmo com profissionais do sexo?

O que nos leva a nos tornar adúlteros e correr riscos incalculáveis?

Quantos imperios ruiram por causa deste suposto simples impulso, e quantos ainda irão cair?

Será mes que "LIVRE ARBÍTRIO" nos é uma certeza?

Somos, mesmo senhores de nossos atos como pregam as grandes religiões?

Trai-se por pura devassidão, ou algo, uma força maior que nossa tímida razão, pulsa bem mais forte dentro de nós?

O que nos leva a viver assim?? à merce das imposições da natureza, é ela mesma

Escravos felizes em atender as vontades de seu senhor e tristes por causar tanta dor em seus entes queridos.

Texto emprestado: Valdemir Augusto Pereira

Livro - Crime Castigo - Fiodor Dostoievski
Musica - Continuação - Lenine
Rodada - Palmeiras 2 x 2 São Paulo

domingo, 12 de outubro de 2008

Tolerancia




"Felizes para sempre?"


O tempo vai passando conhecendo pessoas num ramo imenso de diferentes pensamentos e idéias, mas, as vezes fico me perguntando se serão mesmo tão diferentes uns dos outros?

Entendo que do ponto de vista, da participação de um mero terceiro, um mero observador, a minha opinião é totalmente obsoleta, mas me confundo se seria mesmo uma opinião ou um questionamento interno, uma "neura" perdida nessa verdadeira caixa de pandora, que é a minha cabeça.

Pessoas se conhecem, se relacionam, se juntam, se separam, sentem uma fome um desejo, uma coisa irracional, e tudo de forma inconsequente, é certo! porém e o contrario? normal? é raro?..não sei.

O que leva pessoas a viverem juntas por um longo período de tempo, amor? acredito que ele também é responsavel, embora exista incontaveis controversias, o fato é que fico me questionando o fato de que pessoas, tolerem, adversidades, por se apoiar em um sentimento tão trancendente como amor, carinho, e sentimentos similares, até porque, acho dificil a qualquer um definir amor, até mesmo para os romanticos, as opiniões divergem demais.

A convivencia é uma coisa complicada de se expor, de relacionar, de tolerar, de perdoar, de aceitar, mas qual o limite de tudo isso?... e será que esse limite, assim como uma caixa d"agua necessita ser sempre abastecida até atingir seu limite?, seres humanos são diferentes, e são iguais. Mas o que leva pessoas a se martirizarem, em um relacionamento obsoleto, sem o minimo de decencia e respeito, simplesmente para exibir, um retrato, em reuniões de amigas, ter um pedaço de carne para apresentar aos amigos, não ser solteirona da familia, ou o medo sabe-se do que...os motivos são infindaveis, mas nenhum me parece justificavel, para tolerar ao nosso lado a pessoa, que agride individualidade, e respeito próprio e mútuo, mas, como eu sempre digo...
falar é facil....quero ver você fazer diferente!!!

Livro - Crime Castigo - Fiodor Dostoievski
Musica - The Turning - Oasis
Rodada - Venezuela 0 x 4 Brasil

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Envelhecendo

"Lembro-me de quando era criança e via, como hoje não posso ver, a manhã raiar sobre a cidade. Ela não raiava para mim, mas para a vida. Porque então eu, não sendo consciente, eu era a vida. E via a manhã e tinha alegria. Hoje vejo a manhã, tenho alegria, e fico triste. Eu vejo como via, mas por trás dos olhos, vejo-me vendo. E só com isso, se obscurece o sol, o verde das árvores é velho, e as flores murcham antes de apreciadas."

Envelhecer. Este o dilema crônico de cada um. Como num poema de Fernando Pessoa, não sou mais o mesmo a cada ano que passa, mas diverso e único a cada ano que passa por mim.

Todos envelhecemos, pais, filhos, amigos e ausentes. Mas todos sabemos que guardamos em comum apenas o desejo de ser o que jamais conseguimos. Ou conseguiremos.

Nas voltas que o mundo dá a gente se descobre forte, fraco, ora rico, às vezes apático. Mas o que perseguimos, a cada manhã acordada, a cada noite dormida? O que buscamos, senão o destino da vida?

O homem vive cercado de dúvidas, mas busca sempre refúgio nas poucas certezas que encontra. Mas esquecer parece ser este, de fato, o verdadeiro destino de muitos. Esquecer muitas vezes acaba sendo um alívio, quando a ausência de dor ou tristeza acaba confundida com a alegria, estado natural da felicidade.

Mas envelhecer é melhor quando não esquecemos. Quando olhamos pra trás e descobrimos que algumas pessoas passaram por nossa vida e acabaram ficando – em nossa memória, em nossa lembrança, às vezes até em gestos não percebidos. Nascemos uno, morremos vários – eu sou o que fui e mais quem foi em meu passado; eu sou o que vivo e com quem vivo, não vivo isolado.

Como não acreditar que a vida permaneça? Como admitir que morremos com o corpo, reduzidos à simples carcaça? Eu sei que envelheço a cada dia com quem vivo ou já vivi. São testemunhas e participantes de meu estágio terreno. Estão em mim, mesmo que ausentes. Chegaram e ficaram.

Mas de tudo isso o que aprendo a cada dia é que a incerteza é o grande trunfo da vida. E a dúvida nossa primeira e maior religião. O que faz sentido na vida senão as estações da natureza, estas sim, sempre presentes apesar do homem e seus temores?

Somos o que perguntamos, jamais o que sabemos. O saber é tênue, mas a dúvida é eterna. Envelhecer é o segredo de aprender a duvidar, e fazer da dúvida a única certeza de que o que vivemos vale sempre a pena experimentar.

Livro - Crime Castigo - Fiodor Dostoievski
Musica - Don't Let Me Down - The Beatles
Rodada - Palmeiras 3 x 1 Atletico-MG