terça-feira, 23 de março de 2010

A Chuva

Caminhando pela chuva, curioso e agradavel, o quanto gosto de caminhar na chuva, embora parece que hoje não foi como antes, nada é como antes, enfim, a chuva por mais intensa que fosse não me era suficiente, talvez pelo fato de acreditar que a chuva molhando o corpo, como em um banho pudesse me purgar de dores especificas, ou de uma sujeira da qual não consigo que não sou capaz de me livrar ou até mesmo esconder, gostaria que a chuva fosse em proporções biblicas, que me molhasse até os ossos, mas a chuva alivia mas não consegue mais fazer com que eu possa utiliza-la como fulga...não...não mais...caminhando vagarosamente, olhando para o céu para poder aproveitar, cada gosta de chuva em meu rosto, em cima de mim chove e no horizonte o sol brilha, alguns dizem que dias chuvosos, são propicios a depressão, acredito que exista controvérsias, caminhando cada vez mas devagar como não querendo chegar, passo a mão nos cabelos, ela fica ensopada, mas tenho uma sensação agradavel e estranha, pois me tras uma lembrança ja muito distante, após todo o caminhar e pensamentos distantes e vazios é chegado ao destino, estou molhado, encharcado, o rosto molhado e agora o sol brilha totalmente, a chuva se foi, respiro fundo, me aproximo e la esta ela...o Sol, lançando seus raios sobre seus cabelos que com os efeitos do Sol faz com que pareção fios dourados, iluminando um rosto palido porém angelical, ela me olha com um olhar carinhoso, como se sentindo pena, e achando engraçado ao mesmo tempo, me ver na situação em que eu estava, e faço a unica coisa natural, retribuo o sorriso, ela me pega pela mão e me leva pra perto dela, eu a abraço, mas mesmo sentindo seus braços em volta de mim, é como a chuva...não é como antes...não afasta o vazio como antes....não satisfaz como antes.....eu beijo seu rosto...e com os braços sobre seus ombros saimos a caminhar...mas agora...não existe mais chuva...só o horizonte ensolarado....de parte..a parte....

B. B. King - Chains And Thing

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sonhos ou Lembranças Perdidas...?




"Repita a você mesmo! o que ja foi um dia jamais voltará,! e só assim você poderá...seguir em frente²..."


La parado em um oceano de automoveis, o coração dele aperta, é chegada a hora! é chegado o dia!, as luzes vermelhas dos automóveis...em um vermelho intenso e triste, não é pressentimento, sabe que algo ruim esta prestes a acontecer, que acontecerá...tenta adiar mas sabe que não o pode fazer, não lhe compete naquele momento interferir no andar da historia...não cabe a ele adiar o inevitavel, por mais dor que possa causar, ele tenta se lembrar como tudo começou, porém sua memória suas lembranças eterna companheira, lhe vira as costas....e da lugar somente a indignação, e uma sensaçao de estranha letargia...enquanto naquele instante Jay Vaquer canta..."Alguem sabe dizer o que é normal?"....Minutos depois o carro parado, e sente como se o coração batesse devagar a ponto de parar também...ouvi o que agora Lenine canta...."Paz na solidão" e percebe-se que embora a musica fluisse estava presente alí um silencio insurdecedor...o silencio sempre ele, a sombra de uma moça surge no portão...

Ela se aproxima do automovel, e entra, e Fernanda Porto esta cantando....."Eis que chega roda viva e leva o destino...pra lá", agora um casal, ele e ela dentro de um carro qualquer, em uma rua qualquer, em uma noite qualquer....certo? errado!. Ela o comprimenta educadamente, ele olha para o painel do carro sem saber o que dizer...mais uma vez...pensa em dizer a ela, o quanto ela estava linda, e o quanto ele sentiu a falta dela, e ela queria que ele lhe confessa-se tudo, mesmo sabendo que ele sentia tudo isso, mas o estranho de tudo ele permaneceu calado, e clamor por um socorro enquanto Roberto Carlos canta "Amor perfeito no meu peito" , e então ela pronuncia as palavras que ele tanto lutou para não ouvir romperão o oceano de ar dentro daquele carro, vibrou e chegou aos seus ouvidos, embora ele saberia que aquela frase seria pronunciada mais cedo ou mais tarde, assim como na morte nunca se esta preparado...

Ele a observa, seus cabelos de pontas douradas mesmo na escuridão da noite brilhava como uma estrela, os dois se olham no olho, em um silencio agora não mais insurdecedor, mas constrangedor, tanto para um, como para o outro, um casal de estranhos enquanto Jay Vaquer agora canta "Cotidiano de um casal feliz", os dois se abraçam, as lagrimas decem pelo rosto dele, enquanto ele é capaz de sentir até a linha da malha cinzenta que cobria aquele corpo quente, e aconchegante, ela pronuncia mais algumas palavras, e os dois se beijam, por minutos....segundos....horas....a porta do carro se abre novamente, ele a observa pelo retrovisor, as costas dela aos poucos vai encolhendo, ela arruma a calça jeans, e segue a caminhar, Pavarotti agora canta o derradeiro movimento de "Miss Sajevo" ele observa a sombra dela desaparecer pelo portão, ele repousa a cabeça sobre a poltrona do carro....

A indgnação se vai, o vazio retorna, e juntamente com ele as lembranças, tudo tão claro tão limpo como um cristal, lembranças seu maior aliado, e um estranho inimigo, fato é que tudo fez sentido, enquanto ele observa o portão vazio, ele finalmente se lembra como tudo começou.....como se quisesse daquelas lembranças, resgatar o formula milagrosa, a arma certa....mas naquele momento ja não adiantava....restou-lhe apenas silenciar, dar a partida, o som do automovel,....e mergulhar no mar de luzes vermelhas.


Mary Elizabeth McGlynn - Hell Frozen

terça-feira, 2 de março de 2010

Gosto Amargo.....


Depois de muito tempo volto a sentir esse gosto amargo, uma sensação que vai do paladar se disseminando por todo o meu sistema fisiologico, posso sentir como se infiltrasse em cada celula do meu corpo, aquela velha sensação ruim, o ar friu soprando em meu ouvido, faz com que todos esses efeitos se potencializem, olho pro céu e a Lua brilha linda em volta a nuvens, o gosto amargo, vem da falta, ouvi que "a mente não pensa o corpo padece" mas acho que a mente pensa muito o corpo sobrecarrega, enfim, não sou muito bom com ditados antigos, a rua esta vazia, mas que diferença faz, eu me ponho a pensar, afinal de contas, de qualquer forma a maioria das pessoas que circula por ela, estão vazias...assim como eu...o gosto amargo vem junto com a sensação de vazio, ou melhor, a sensação de que algo me falta, uma parte de mim, perdida em algum lugar, a cada passo que dou e deixo a marca de pegadas no chã de terra, me ponho a pensar que em relações que marcam, são parte de nós como um todo, pessoas, sentimentos, conquistas e derrotas, cada um vai nos formando e nos moldando de alguma forma, mas, seria possível tomarem parte de nós literalmente!, uma parte de nós que nos fará falta, somos obrigados a nos relacionar independente de qual circunstancia seja, tão necessario quanto oxigenio, mas como pode? seria o gosto amargo que sinto ser causado por relações vazias, ou por ser tão intensa que a dedicação absoluta me tira energia de vida, se isso é mesmo possivel, em qual ponto da troca esta havendo diferenças? ou será que ninguém tem nada a acrecentar somente a retirar? ou seria essa a lei, retiramos enquanto podemos, a troca sempre é mais vantajosa para um dos lados? loucura!, por que? somos tão semelhantes, até mesmo em nossa ignorancia para não admitirmos tal fato, vivemos abastados, porém somos cada vez mais pobres, ó tristeza, ah o gosto amargo, a sensação que embrulha o estomago, nem eu mesmo sei mais o que pensar....o corpo sobrecarrega, não quero mais pensar, não quero mais trocar, quero tão somente de volta, uma parte de mim que se perdeu, em algum ponto da linha do tempo ja corrida...parte boa ou parte ruim, eu não sei dizer, mas uma parte de mim.....


Secret Line - Mary Elizabeth McGlyn