segunda-feira, 17 de março de 2008

O Fim de Semana Perdido - 3º - Chuva




"O propósito do corpo é levar o cérebro para passear".


Ela esta alí, olhando pra mim com seus olhos frios, e ao mesmo tempo distante, grito pela sua atenção, porém a resposta não vem, grito cada vez mais alto, e reparo que os meus gritos não passam de gemidos, praticamente inaldiveis, a agonia me toma até os estertores da razão, e por lapso abro os olhos.....Era um sonho....aparentemente, me viro na cama para o lado esquerdo e sento na beira da cama, coloquei as mãos sobre o rosto, querendo despertar totalmente e de alguma forma esquecer o sonho de momentos atrás não sei por quanto tempo fiquei ali, só com as mãos no rosto.....e aquela sensação começa a me assombrar novamente...com as mãos no rosto fecho com força os olhos, então ela vem e passa as mãos pelo meu pescoço e me beijou no pescoço do geito que me fez apaixonar, sinto us pelinhos da orelha arrepiarem....ela me pergunta.."Fê ta tudo bem?" eu respondo que sim, porém sem encara-la pois não seria capaz, ela se desvencilha e vai para o banheiro, ouço o barulho do chuveiro, vou até a janela e começo a observar a chuva...chuva, fenomeno natural do qual eu aprecio muito, observando o fim de semana chuvoso la fora...nessa imensidão paulistana, o asfasto enxarcado rua deserta, fico com a sensação absurda de que aquele asfalto enxarcado, simboliza o asfalto chorando, chorando por todos os dias ser pisoteados por pessoas, sempre apressadas, egoistas, ou que de certa forma não possui o direito de estar nessa terra, chuva que vai caindo mancinha mas constante, o vidro do quarto cheio de suas gotinhas minusculas, tão únicas, tão neutras, tão graciosas, me faz pensar, em todo o ocorrido até o fim de semana, o famoso balanço da vida, a chuva vai se tornando mais forte, sento novamente na cama, e fico a observar o reflexo no espelho, imagiando ver uma imagem deprimida ou assustada pelo sonho recente ainda me encomodar, porém so vejo a cara amarrotada por uma noite mal dormida, o barulho do chuveiro cessa, me encaminho até o banheiro ela de saida me beija nos labios, e pede pra que eu não demore, debaixo do chuveiro e olhando a chuva caindo la fora agora mais e mais forte, lavando a alma daquele asfalto solitario, solitario e pisoteado, aquela sensação começa a tomar conta de mim, a agua do chuveiro no meu rosto começa a se misturar com as lagrimas....ao sair do banho vejo ela à pentear os cabelos, longos e pretos, de uma forma tão graciosa, tão formosa, usando aquela blusa cacharrel rosa......ela estava simplesmente linda, quiz lhe dizer ali mesmo isso, mas as palavras não sei por que pararam na garganta e decerao, e forao consumidas por "aquela" sensação.Tempo depois me olho no espelho,olhar perdido como se não me reconhecendo, o que vejo um moço com roupas pretas e um sobretudo escuro, saio da frente daquela imagem e volto para janela segurando meu café em uma das mãos, a observar a chuva e lembrando o quanto ela ja me fez rir, o quanto ja amei na chuva, o quanto ja fui feliz, o quanto ja chorei com ela......; agora ja prontos para sair, ao pegar as chaves do carro olho mais uma vez para o espelho, e novamente vejo um estranho. Pisco os olhos e ja é noite novamente, a chuva não cessou ainda embora estivesse fraquinha. Agora sozinho no carro, fico a lembrar os acontecimentos do fim da tarde, o unico de relvancia, ao deixa-la em casa ela olha pra mim mais uma vez me beija nos labios e em seguida no pescoço e pergunta novamente "Fê....esta tudo bem?" e eu respondo um tanto laconico mas lhe olhando nos olhos, digo que esta tudo bem!!, ela desce e eu sigo minha viagem, deixo o carro e saio pra caminhar um pouco....o fim de semana esta se findando, a chuva segue fraca e constante, eu fico ali pensando.....esta tudo bem comigo?....talvez não.....a chuva vai se tornando mais forte....a sensação que senti pela manhã...continua ali comigo.....a chuva ja tinha seus pingos grossos....vai me ensopando mas sigo caminhando em passos lentos, e pensando, e me perguntando, esta tudo bem comigo?....talvez não....talvez sim..... afinal de contas eu não posso me abater, nem aborrecer ninguém, por um problema, que assim como a chuva, ja existia antes de eu nascer, e que provavelmente continuará depois que eu morrer.....


Livro - O Cemitério - Stephen King
Musica - Room Of the Angel - Mary Elizabeth McGlynn
Rodada - Palmeiras 4 x 1 São Paulo

2 comentários:

jakeline disse...

faça o q fizer,com quem quiser,mas por favor,por todos q te kerem bem,cuide do seu coração...

jakeline disse...

vc sabe q o post eh da tia!!!!