quarta-feira, 18 de junho de 2008

Humildade ou Coragem?

"Eu tenho a força!"

Crescemos com a obrigação de ser corajosos. Desde crianças aprendemos que é preciso enfrentar o medo e desafiar os obstáculos. Para os meninos a cobrança é seletiva: quem não é corajoso é maricas, mulherzinha, não merece viver entre os fortes - os machos, que é como aprendemos desde cedo a identificar os valentões...
Aprendemos ainda que para ter coragem é preciso ser agressivo sempre, e aí a coisa pega: acabamos confundindo agressividade com agressão. Ao invés de agressivos, nos tornamos agressores...
É difícil para o homem aprender que coragem é uma virtude feminina. Crescemos acreditando que nossa índole é a de procurar sempre a conquista. Nossos presentes natalinos desde cedo trazem forte componente de violência - somos alçados à condição de mocinhos, cowboys, policiais, paradigmas do que nos devemos nos transformar na vida quando adultos, e aprendemos que trazer justiça ao mundo só na base da porrada. Ser corajoso torna-se “ser forte fisicamente”, senão com os braços, pois a natureza às vezes nos faz mirrados, pelo menos com armas e artefatos bélicos.
Somente depois de muitas surras da vida é que conhecemos o lado mágico da coragem. Aprendemos – aqueles que se posicionam dispostos a aprender, é claro – que ter coragem é cobrar-se o tempo todo. Realizamos que é preciso coragem para mudar, para acertar os erros, para se descobrir ignorante. Àquela virtude que chamamos de fraqueza boa parte de nossa vida, descobrimos com a experiência que é nosso maior desafio – ser dócil e pacífico é qualidade de gente forte, gente corajosa.
Até para aprender precisamos de coragem. Coragem para revelar ao mundo os erros cometidos, as opções erradas e as escolhas precipitadas que fizemos.
Para os que preferem Rambo ou Indiana Jones como modelos de coragem e astúcia a serem perseguidos, a vida sempre dá uma segunda chance. Mas é preciso humildade para entender o recado...

'V.C.A.P"

Musica - Nucleo Base - Ira!
Rodada - Paraguai 2 x 0 Brasil

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