quarta-feira, 28 de maio de 2008

Dor



"Simplesmente perfeito!!!"


Em seu clássico livro “O mal-estar da civilização”, Freud conclui que existem basicamente três saídas para a dor: a desistência do desejo, a substituição do prazer ou a fuga pura e simples da frustração. A filosofia e as religiões nos ensinam maneiras de renunciar ao desejo; a ciência e a tecnologia, como as artes, nos fornecem substitutos poderosos para o prazer.


A fuga da realidade, esta pode se dar de várias formas: uso de drogas, fanatismo religioso, maneiras que cada um encontra para embotar sua capacidade de sentir o sofrimento. Até onde entendi, Freud garante que todos nós, mais cedo ou mais tarde na vida, lançamos mão de algumas dessas soluções para escapar da dor.


Desistir do desejo é uma maneira de evitar o sofrimento. Pelo menos é o que muitos de nós acabamos concluindo, cada qual a seu modo e a seu tempo. Imaginamos sempre o caminho inevitável que qualquer relação amorosa nos impõe: ao buscar a superação do sofrimento através de um parceiro, o amor, cedo ou tarde, nos trará a dor da separação.


Nos novos tempos, não acreditamos mais no tradicional lema dos contos de fadas que garantia “casaram-se e foram felizes para sempre”... Logo, para que amar, se mais cedo ou mais tarde isto resultará em sofrimento e desespero?


Podemos ser felizes trocando de celular a cada mês? Usando drogas pesadas? Ganhando na mega-sena? Existe antivírus para a dor da perda, da frustração profissional, da desilusão amorosa?


Esta roda-viva que a vida nos prega traz o desejo no centro de tudo. Buscamos a felicidade, esse bem que desconhecemos quanto mais o perseguimos. E apesar dos riscos, e da certeza de que tudo que é bom, mais cedo ou mais tarde, um dia findará, continuamos a perseguir desejos, estados de euforia, alegrias passageiras...


Nascemos para a felicidade. Passamos a vida desejando torná-la um bem duradouro. Enquanto isso, o relógio corre... Como pergunta Freud: “de que nos vale uma vida longa se ela se revela difícil e estéril em alegrias, e tão cheia de desgraças que só a morte é por nós recebida como uma libertação?”.


V.C.A.P.
Livro - A Historia da Filosofia - Will Durant
Musica - Around the World - Oasis
Rodada - Portuguesa 1 x 1 Palmeiras

2 comentários:

Vanessa M. disse...

é engraçado,eu não vivo buscando a felicidade desesperadamente, por isso é que acho que sempre estou com ela em mãos.
Nda é pra sempre, nem a felicidade.
Mas o sofrimento deve fazer parte do nosso caminho para os momentos felizes serem valorizados.

Anônimo disse...

Todo mundo já sentiu dor na vida isso é natural.