quarta-feira, 10 de março de 2010

Sonhos ou Lembranças Perdidas...?




"Repita a você mesmo! o que ja foi um dia jamais voltará,! e só assim você poderá...seguir em frente²..."


La parado em um oceano de automoveis, o coração dele aperta, é chegada a hora! é chegado o dia!, as luzes vermelhas dos automóveis...em um vermelho intenso e triste, não é pressentimento, sabe que algo ruim esta prestes a acontecer, que acontecerá...tenta adiar mas sabe que não o pode fazer, não lhe compete naquele momento interferir no andar da historia...não cabe a ele adiar o inevitavel, por mais dor que possa causar, ele tenta se lembrar como tudo começou, porém sua memória suas lembranças eterna companheira, lhe vira as costas....e da lugar somente a indignação, e uma sensaçao de estranha letargia...enquanto naquele instante Jay Vaquer canta..."Alguem sabe dizer o que é normal?"....Minutos depois o carro parado, e sente como se o coração batesse devagar a ponto de parar também...ouvi o que agora Lenine canta...."Paz na solidão" e percebe-se que embora a musica fluisse estava presente alí um silencio insurdecedor...o silencio sempre ele, a sombra de uma moça surge no portão...

Ela se aproxima do automovel, e entra, e Fernanda Porto esta cantando....."Eis que chega roda viva e leva o destino...pra lá", agora um casal, ele e ela dentro de um carro qualquer, em uma rua qualquer, em uma noite qualquer....certo? errado!. Ela o comprimenta educadamente, ele olha para o painel do carro sem saber o que dizer...mais uma vez...pensa em dizer a ela, o quanto ela estava linda, e o quanto ele sentiu a falta dela, e ela queria que ele lhe confessa-se tudo, mesmo sabendo que ele sentia tudo isso, mas o estranho de tudo ele permaneceu calado, e clamor por um socorro enquanto Roberto Carlos canta "Amor perfeito no meu peito" , e então ela pronuncia as palavras que ele tanto lutou para não ouvir romperão o oceano de ar dentro daquele carro, vibrou e chegou aos seus ouvidos, embora ele saberia que aquela frase seria pronunciada mais cedo ou mais tarde, assim como na morte nunca se esta preparado...

Ele a observa, seus cabelos de pontas douradas mesmo na escuridão da noite brilhava como uma estrela, os dois se olham no olho, em um silencio agora não mais insurdecedor, mas constrangedor, tanto para um, como para o outro, um casal de estranhos enquanto Jay Vaquer agora canta "Cotidiano de um casal feliz", os dois se abraçam, as lagrimas decem pelo rosto dele, enquanto ele é capaz de sentir até a linha da malha cinzenta que cobria aquele corpo quente, e aconchegante, ela pronuncia mais algumas palavras, e os dois se beijam, por minutos....segundos....horas....a porta do carro se abre novamente, ele a observa pelo retrovisor, as costas dela aos poucos vai encolhendo, ela arruma a calça jeans, e segue a caminhar, Pavarotti agora canta o derradeiro movimento de "Miss Sajevo" ele observa a sombra dela desaparecer pelo portão, ele repousa a cabeça sobre a poltrona do carro....

A indgnação se vai, o vazio retorna, e juntamente com ele as lembranças, tudo tão claro tão limpo como um cristal, lembranças seu maior aliado, e um estranho inimigo, fato é que tudo fez sentido, enquanto ele observa o portão vazio, ele finalmente se lembra como tudo começou.....como se quisesse daquelas lembranças, resgatar o formula milagrosa, a arma certa....mas naquele momento ja não adiantava....restou-lhe apenas silenciar, dar a partida, o som do automovel,....e mergulhar no mar de luzes vermelhas.


Mary Elizabeth McGlynn - Hell Frozen

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